Com dez jogadores disponíveis, Jesualdo Ferreira desenhou um exercício simples, mas exigente: em pouco menos de meio-campo, divididos em grupos de dois, os jogadores disputavam duelos de trinta segundos pela posse de bola, vencendo quem a tivesse dominada no final do tempo. Exigente, rigoroso e até severo quando necessário, o treinador dos tetracampeões nacionais pediu máxima concentração e intensidade no trabalho. "Mais rápido" ou "mais forte" foram pedidos frequentes, mas também recomendações mais específicas. "Não podemos esquecer em nenhum exercício quais são os princípios do nosso jogo" avisou, pedindo velocidade nas transições.Um exercício intenso, marcado por algumas lutas mais acesas e pelas constantes indicações de Jesualdo Ferreira, a exigir concentração em todos os intantes. "Estiveste com a bola 28 segundos e perdeste os exercícios nos últimos dois", apontou a Maicon, "também pode acontecer num jogo, dominares durante 89 minutos e perder no último segundo. Só acaba no fim". Sapunaru foi outro dos alvos do rigor de Jesualdo. Depois de um lance com Guarín, o romeno reclamou que a bola tinha saída, mas o treinador indeferiu a reclamação e o lateral baixou os braços em sinal de desalento. Jesualdo não perdoou: "desistes do lance? E se fosse um jogo, também desistias? Ganha o Fredy". Mais adiante, numa fase em que alguns jogadores procuravam garantir a posse de bola, protegendo-a com o corpo, foi ainda mais incisivo: "os jogadores a sério jogam de frente para os adversários, os cagões voltam-lhes as costas". Continua assim a preparação do FC Porto, sem tempo para pausas, nem espaço para cagões.