Pela primeira vez, o FC Porto de Jesualdo Ferreira não entrou no campeonato a vencer. O empate na Mata Real ficou como "um mal menor", face à história do jogo. Quem se perdeu foi Hulk, que viu um cartão vermelho por "fazer o que outros fazem". Esteve mal, e o treinador deixou-o claro, mas, fez questão de referir que a responsabilidade não se esgota no avançado. Por Hulk, pela necessidade de lhe refrear as reacções do atacante que corre o risco de tornar-se "o mau da fita", o treinador portista responderá. Por quem o deixa "levar pancada" e sofrer "faltas que não são marcadas" não pode fazer mais do que desejar que a "responsabilidade" prevaleça, mais jogo, menos jogo. "É fácil expulsar o Hulk, no futebol português", lamentou Jesualdo Ferreira, deixando um desafio: "Olhem para algumas imagens da época passada, desta época, e perceberão que toda a capacidade de sofrimento e de encaixe tem limites. Não estou a desculpar. Esse não é o caminho do Hulk. Nesse, podemos interferir, e vamos fazê-lo, trabalhamos nesse sentido. Há, também, a responsabilidade dos outros." Para lá da expulsão, na Mata Real viu-se "um jogo completamente diferente" do da Supertaça, em que houve mais "luta" do que qualidade e no qual o FC Porto sentiu "dificuldade em colocar em campo o jogo normal", acabando por se ver em desvantagem no marcador num lance de bola parada. "Não admitimos golos daqueles", reconheceu o treinador, que voltou a elogiar muito a qualidade do Paços de Ferreira, e apreciou a reacção portista do segundo tempo, que transformou um "resultado muito mau ao intervalo" no "mal menor" final: "Com 10, fomos bravos, mas, não suficientemente lúcidos". O "calor" e o desgaste de quem viajou para as selecções foram factores que também ajudaram a empatar o FC Porto. "Não entrámos bem no campeonato", reconheceu Jesualdo Ferreira, sem se perturbar: "Isto traduz o que sempre disse, que temos de ser muito mais equipa. Não mudamos o nosso rumo, continuaremos a trabalhar. Conheço os jogadores, sei que valemos mais como equipa."